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Elo Perdido - o relato das bandas

Na busca por informações sobre o Elo Perdido, me deparei com uma imagem de uma folha de papel com vários nomes de bandas que participariam do festival. Foi no blog da banda The Power of Bira, que também veio pra Palotina. (CLIQUE AQUI PARA VER FOTOS DA BANDA NO ELO PERDIDO). Com o nome das bandas nas mãos, saí pelo Facebook e Google afora procurando por contatos de pessoas que pudessem contar, do ponto de vista das bandas, como foi esse festival de rock. Algumas bandas me responderam, outras ainda estão mandando suas respostas e, conforme forem respondendo, eu vou atualizando este post aqui. Fiquem com os relatos do pessoal que fez a gentileza de contar sobre a maior festa de rock que Palotina na década de 90. Boa leitura!

(Hard Money – Londrina) – Depoimento por e-mail 22/09/2017

Sim , eu toquei em Palotina nessa época. Os outros integrantes que tocaram lá na época já não estão na banda. Foi um evento muito importante que nos fez conhecer várias bandas e pessoas que tínhamos contanto apenas por carta. Foi muito intenso. Num tempo onde não existia internet e as formas de divulgar as bandas eram "fitas demo" e troca de cartas ... a banda Hard Money era uma das bandas mais conhecidas dentro do underground, da cena independente. Saiam várias matérias da banda em Fanzines , vendíamos várias fitas demo (pelo correio) e trocávamos carta com várias pessoas. Foi assim que chegou o convite para nós tocarmos em Palotina e o evento nos chamou a atenção, por ter várias bandas que tínhamos contato na época e outras ouvimos falar por ai. Mas com o passar dos dias vi que a Produção do evento era mais movida pela paixão que pela razão. Eu cuido da produção das bandas que toco desde o começo e sou bem metódico para que tudo corra da melhor maneira possível. Tentei tirar algumas dúvidas quanto ao evento e a várias perguntas ficavam sem resposta, assim como o envio da grana das passagens. Disseram que viria um ônibus pegando as bandas em suas cidades, mas isso não aconteceu ... Com a falta de respostas e o não envio das passagens tomei uma medida arrisca, peguei a grana de cachês de shows e nos jogamos pra Palotina, devido a grandeza do evento valia a pena o risco. E tudo aconteceu da melhor forma possível, os shows foram maravilhosos, conhecemos pessoas muito legais e o Edson Naval nos reembolsou prontamente o valor das passagens. Um show memorável.




Mario Bross (Wry - Sorocaba) - Depoimento por e-mail 15/02/2017

Lembro que foi a primeira grande aventura da banda, tipo aventura cinematográfica. Pegamos um ônibus com várias bandas e amigos em São Paulo e fizemos uma viagem sem fim até Palotina. Em Palotina, tudo estava lindo no hotel, típico filme de comédia jovem: galera jogando games, piscina, rango, conversação, zoeiras. O local do show era gigante, basicamente um estádio de futebol. Sei que estava massa, mas não tinham pessoas suficiente, eram pouquíssimos pagantes. Sei que começou um falatório que não ia ter o segundo ou terceiro dia do festival, mas nós do WRY tocamos na primeira ou segunda noite e lembro que foi super legal - pra nossa cabeça da época. Com o papo de que não iria rolar o terceiro dia, começaram a perguntar onde estava o organizador, e se ele iria pagar o combinado. Já tinha papo de que o organizador tinha escondido o dinheiro (mas que dinheiro?) num fogão na casa de uma amigo. Daí as pessoas falavam "vamos lá, vamos atrás dele". Mas ninguém o achou. Pra fechar com chave de ouro, começou a conversa sobre quem iria pagar o hotel. Só sei que tivemos a ideia de ficar conversando com o atendente do hotel, disfarçando, enquanto todos entravam no ônibus, que já deveria ficar com o motor ligado. E assim, com todos lá, entramos no ônibus e saímos de pinote.


CLIQUE AQUI para conhecer o histórico da Wry


CLIQUE AQUI para acessar o facebook da banda


CLIQUE AQUI para ouvir a Wry de 1998


Álvaro dos Santos (Kreditor – Cascavel) - Depoimento por Facebook 07/02/2017

Bem, como foram os contatos e como foi acertado o show não lembro. Em termos de recepção, pelo menos para nós foi tranquila. Lembro que no 1º dia fiquei na barraca que havia levado, mas no segundo, com toda a banda presente, fomos encaminhados a um hotel da cidade. O público ficou bem abaixo do esperado, o que gerou muita incerteza, tanto para o público presente quanto paras as bandas que iriam tocar. Vieram bandas de SP, de várias cidades do PR, mas poucas tocaram devido a problemas do produtor do evento com os credores / colaboradores / patrocinadores / sonorização (alguns destes hehehe). Produtor que, inclusive, era de difícil localização. A reação do público com a banda foi a esperada para uma banda underground, alguns agitam, outros apenas observam, mas a banda fez sua parte, apesar dos constantes choques elétricos sobre o palco e da aparente má vontade dos técnicos de som (provavelmente devido a problemas com a produção do evento). Fora de palco, a interação foi ótima. Conhecemos algumas pessoas da cidade e muitas de outras cidades, e tivemos contato com várias bandas também. As bandas de fora do país (Inglaterra e França) não tocaram, acho que nem vieram à cidade (não tenho essa informação). Várias outras bandas do PR e outros estados também não vieram, provavelmente por falta de cumprimento de algum acordo entre as partes, e das que vieram muitas também não tocaram. Como não houve uma divulgação prévia do dia e da ordem das bandas, muitas decisões foram tomadas em consenso pelas bandas, tanto que era para tocarmos em um dia e acabamos tocando um dia antes, o que para nós foi bom, pois pelo menos tocamos, né hehehehe. Era para ser 4 dias, mas foram realizados apenas 2 (ou 3, não lembro bem) dias de evento. O Kreditor inclusive foi uma das últimas a tocar. Pessoal responsável pela sonorização desmontou os equipamentos e foi embora. Pela informação que tivemos na época, foi por falta de pagamento pelo serviço. Foram divulgados vários estandes, mas nos dias do evento havia poucos montados, alguns de tatuagens, de acessórios, essas coisas relacionadas ao estilo do público que esperavam que estaria presente. Teve algumas bandas de SP que vieram com um ônibus fretado e, após todo o ocorrido, por não terem tocado, acabaram vindo a Cascavel e fizeram suas apresentações no Blues Bar, onde na época, ocorriam vários shows na cidade.

(...)

No geral foi legal pela experiência, por tantas pessoas que conhecemos e pela festa em si. Acredito que o evento foi como foi porque quiseram dar um passo maior que a perna. Era o PRIMEIRO Elo Perdido, se tivessem feito apenas dois dias, com menos bandas e consequentemente menos despesas, provavelmente daria certo, depois numa próxima edição aumentarem as atrações, a quantidade de dias, mas ir gradualmente, não fazer logo de cara um evento de grande porte, sem ter o aporte financeiro para isso. Mas é claro que cada um tem uma visão e toma suas decisões baseado naquilo que acredita. Ah, outra coisa que lembro bem é que foi a primeira vez que o Kreditor havia ficado em um hotel com piscina, ficamos todos faceiros.


CLIQUE AQUI para acessar o artigo do II Congresso Internacional de Estudos do Rock e conhecer melhor a trajetória da banda.


CLIQUE AQUI para assistir a entrevista da Kreditor em 1997


CLIQUE AQUI para acessar o facebook do Álvaro e conhecer o novo trabalho dele na Before Sunrise.


Mancha (Eutha /antiga Euthanasia - Florianópolis) - Depoimento por Facebook (05/10/2017)

RDVO: Como rolou o convite pra tocar em Palotina no Elo Perdido?

Mancha: A gente soube através de outras bandas catarinenses, paulistas e cariocas que ia rolar esse festival em Palotina-PR. Na época, as informações circulavam por correspondência ou nos shows, quando a galera se encontrava. Descolamos o contato, telefonamos e trocamos uma ideia com o organizador, que realmente já pensava em trazer umas bandas de SC.

RDVO: Como foi a experiência de ter tocado aqui naquela época, cidade pequena, etc.

Mancha: Foi tudo muito legal e pelo menos pra gente, deu tudo certo. Era a primeira vez que a gente tocava tão longe, com passagens pagas, hotel, alimentação, foi muito legal. O Eutha, na época Euthanasia, já tinha tocado em outras cidades de Santa Catarina, mas esse foi a primeira viagem para outro Estado. A galera compareceu, mas o espaço era gigante, o palco lembro que foi bem grande, equipamento de som bom. O hotel tinha até piscina e uns da banda deram o mergulho. Fizemos amizades que duram até hoje.


RDVO: Você poderia fazer uma avaliação geral do evento (organização, público, som)?

Mancha: Foi um festival muito inovador, antenado com o que já rolava nos grandes centros do underground nacional e internacional. Sei que o público não foi o esperado, mas o line up das bandas era muito bom, o som estava tranquilo, o palco era grande, fizemos o nosso set e ficamos por lá curtindo o resto do evento e confraternizando com a galera.


CLIQUE AQUI para acessar o facebook da Eutha


CLIQUE AQUI para conhecer o som deles no youtube - e prepare-se para a porrada.

 

Outras bandas estão para responder e-mail com as perguntas que eu fiz. Assim que eu for recebendo, vou atualizando este post. O nosso muito obrigada a todos que estão ajudando a gente a contar essa página da história do rock and roll em Palotina.


Já vi outras fotos também, mas acabei não salvando. Uma das minhas metas é fazer uma galeria das fotos do Elo Perdido, portanto se você tiver alguma guardada no baú de fotos da sua casa, entre em contato com a gente CLICANDO AQUI e nos avise pra podermos acrescentar à futura galeria!



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