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Opinião: Ter instrumento top é ótimo, mas o que vale mesmo para o músico iniciante é o estudo e a pr

Uma vez li artigo de uma revista especializada em música e acabei vestindo a carapuça. Em vários momentos da minha carreira musical tive a vontade de investir em algum modelo dos melhores instrumentos de marcas famosas, mas o alto valor deles me segurou com os pés no chão.


Perdi as contas de quantas vezes me deparei sonhando com aquela guitarra ou aquele amplificador. Ou ainda imaginando qual o próximo pedal que eu precisaria para melhorar meu som. Isso chegou a interferir no meu tempo de estudo e de prática.


Mesmo sem ter tanta experiência na carreira musical, percebi que investir em instrumento ou equipamento top de linha pode não representar uma melhoria na qualidade como músico. Então, achei legal compartilhar opinião semelhante àquela que li tempos atrás na mídia.


Estávamos vivendo ainda no século passado quando eu comecei a tomar gosto por tocar covers de bandas de rock com os amigos. Naquela época, ainda na idade escolar, eu não tinha a minha própria grana para investir em equipamentos.


Comecei nessa vida querendo ser igual àqueles músicos que apareciam nos palcos de shows ou em clipes da MTV. Acho que é por isso que, anos depois, quem toca um instrumento cresce com aquela ideia martelando na cabeça: preciso ter a guitarra, o amplificador, o baixo, a bateria, ou qualquer instrumento icônico de um músico que foi, ou que é idolatrado, seja do rock ou não.


Aposto que nosso inconsciente deve continuar nos guiando nessa busca de querer ser ou parecer igual a eles. Seja pela vida que eles têm, pela fama, pelo fato de conseguir viver da música, ou outros motivos. Felizmente, com o passar do tempo, o músico que toca por lazer vai percebendo que o mais importante é a diversão com os amigos, e não o fato de ser, ou aparecer.


No começo dessa jornada a gente quer fazer barulho e pouco importa o instrumento ou o equipamento. Aí, com o passar do tempo, o músico passa a querer instrumentos e equipamentos melhores. Neste momento, fique atento: é preciso ser racional e não se perder nessa busca. Ter equipamento igual ou equivalente ao do seu ídolo não significa soar igual a ele.


Existem instrumentos bons que não representam um rombo no orçamento. Mesmo sem uma maleta recheada de pedais consagrados, e mesmo sem uma daquelas guitarras famosas importadas, é possível tirar vários sons com qualidade. Sem falar que investir por impulso pode ser frustrante, porque o instrumento não te traz conhecimento. A tocabilidade geralmente é bem melhor com um instrumento bom, mas as habilidades só evoluem com a prática.


Após as bandas que tive na idade escolar, passei um tempo longe da guitarra. Passaram-se anos até eu voltar a ser intimado a fazer som novamente. Quando isso aconteceu, voltei a fazer aulas para tentar acompanhar a galera. Nesta época minha meta era aprender a tocar e solar a guitarra nas músicas escolhidas pela banda.


Nesta retomada com a guitarra tive dificuldades porque mal sabia o que era a pentatônica (coisa que qualquer guitarrista sabe de cor e salteado). Conseguia tocar poucos solos decorados, aprendidos em aulas ou com amigos, e nem tinha noção de como haviam sido compostos. Com certeza de pouco iria valer investir em uma super guitarra naquele reinício de aprendizado.


Graças ao YouTube, meu retorno ao mundo da música foi facilitado, já que existe um vasto conteúdo para aprender como se tocam as canções. Se vivêssemos ainda no século passado, com certeza ia ter que investir muito mais tempo para aprender as músicas.


Apesar deste conteúdo na Internet, foi com a retomada dos estudos que passei a entender mais a teoria e a engatinhar no caminho para saber tirar as músicas de ouvido. A partir daí, comecei compreender os momentos da música, os porquês de tocar aquelas notas, ou solos. Isso muda muito nossa percepção como músicos.


Se for tocar em banda então, o conhecimento diminui erros, abre espaço para improvisos e faz tudo soar melhor. A gente vai aprendendo e descobrindo novos sons, outros estilos, e passa a ter novas bandas preferidas. Percebe-se fácil que, estudando e treinando, a evolução acontece a passos largos.


O estudo e a prática valem mais que pagar o olho da cara em equipamentos e instrumentos. O tempo que eu investi fazendo aulas e praticando possibilitaram uma evolução considerável.


A experiência tocando em banda também me trouxe a percepção de que é preciso ter bons equipamentos. Porém, no fim das contas, é possível fazer um som de qualidade mesmo com um orçamento enxuto.


Por isso, focalize no estudo e na prática, e não apenas nos equipamentos. E busque a ajuda de um professor, ou mentor, pois isso ajuda a encurtar caminhos.

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