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Entrevista: Lucas Ribas (Várzea Cultural/LollaPalotina)

No começo de fevereiro, eu conversei com o Lucas Ribas pra conhecer a história do Várzea Cultural e do nosso muito esperado LollaPalota. Conheço ele desde que ele era adolescente e tinha uma banda com o André (da Silva) e o Miojo (não lembro o nome dele não, gente - ajuda aí nos comentários). Os meninos pensavam tão alto que, um certo dia lá, me chamara pra uma "reunião" e propuseram que eu fizesse o papel de uma espécie de promoter da banda porque eles sabiam que eu gostava de rock e escrevia umas coisas sobre isso em um blog pessoal. É claro que eu não pude aceitar, com trabalho e faculdade. Hoje, o Lucas tá aí, Médico Veterinário formado e uma figura super ativa na cena.


O legal é saber que sempre tem alguém juntando forças pra fortalecer o rock and roll, como fazem o Felipe (Becker) e o Lucas no Várzea. Essa conversa que eu tive com ele também me fez entender a proposta do LollaPalota e o motivo pelo qual a gente pode ver bandas da região no line up do Lolla, e não só bandas da casa. Tão vendo como o DIÁLOGO enriquece a gente? Convido vocês pra pegarem uma cerveja bem gelada e... boa leitura!


ROCK DO VELHO OESTE: Lucas, o que é a Várzea Cultural, Lucas? Qual é a relação dela com o rock'n'roll?

LUCAS RIBAS: Então Lu, A várzea cultural é um projeto antigo que foi colocado em prática em 2015. Ela começou comigo e com o Felipe um dia em que a gente estava na casa dele discutindo sobre música. A gente chegou à conclusão de que tinha muita banda boa "escondida" em Palotina e na região, e que também rolava bastante festinha que não tinha a divulgação merecida, que muitas vezes, até mesmo a gente de Palotina que estava meio afastado da cena não tinha ideia de que rolava. Como eu e o Felipe somos muito fãs de rock, resolvemos utilizar o espaço cedido pelo Celso no jornal pra fazer a nossa pequena parte pra fomentar a cena. De lá pra cá, a gente foi atrás das bandas de amigos e sempre abriu espaço pra divulgar quem quer que tivesse interesse e vontade de aparecer no jornal. Nesse meio tempo, resolvemos fazer um festival de música com a ideia de mesclar bandas grandes da nossa região - que muitas vezes tocam em casas famosas por nossa região e que nunca tinham tocado por aqui, além de ter um pessoal daqui que muitas vezes não tinha a oportunidade de viajar pra ver - com bandas novas de Palotina. Assim nasceu o LollaPalota. Pra resumir a história da Várzea em poucas palavras: dois caras que curtem rock tentando fazer a parte deles pra termos cada vez mais espaço por essas bandas. Seria bacana uma hora fazer uma história do LollaPalota. Pq a gente pretende manter essa festa até ninguém mais ter pique de aguentar uma noite inteira de organização e cachaça kkkkkk.


RDVO: Nossa, sim... Isso é histórico já, Lucas. Esse nome é genial,também ahahaha.

LR: A ideia do LollaPalota foi basicamente de mesclar bandas de nome na região raramente (ou nunca) tocava em Palotina, que a gente tinha que ir no Hooligans em Cascavel, ou Abbey Road em Toledo pra assistir, com bandas daqui. A gente sabe da dificuldade de fazer esses rolês pra assistir as bandas. Pra gente que é mais velho, ok, é tranquilo combinar, pegar o carro e ir pra Cascavel ver um show. Mas a gente sabe que uma grande parcela dos fãs da cena rock aqui em Palotina são moleques ainda, o que dificulta. Assim a gente poderia conectar ainda mais o pessoal mais jovem com a cena que rola na nossa região. E a parte de mesclar com bandas novas de Palotina é pra dar um empurrão nas bandas, pra deixar a piazada cascuda mesmo. Por exemplo, na primeira edição do Lolla eu tive o prazer de tocar com a minha banda na época, que era recém formada, antes da banda Os Anônimos¹, que carrega uma puta bandeira do rock e tem uma puta história. Quem é que não quer fazer parte disso. Muita gente quer, e nós da Várzea queremos fazer com que isso aconteça pra todo mundo.


RDVO: E como foi pra por o primeiro Lolla pra funcionar? Teve mais apoioi ou mais dificuldade?

LR: Foi meio que uma loucura, pq eu e o Felipe não tínhamos experiencia nenhuma em organizar eventos. A vontade se sobressaiu à experiencia, né. Pra ajudar no processo, a gente se juntou ao Vini Pelin pra organizar. Arrumamos o lugar, os palcos e começamos a negociar com as bandas. Como era uma festa grande, a gente padronizou o cachê e todas as bandas, sem excessão, receberam o mesmo cachê, o que foi do caralho, porque não teve estrelismo algum e, sim, uma parceria. Contamos com grandes bandas e foi uma ótima experiencia. Na verdade foi uma grande troca de experiencia tanto pra público quanto pras bandas. O resultado foi surpreendente, pois a gente não esperava o público que prestigiou, achamos que por ser a primeira edição, não iria ter tanta gente. Uma coisa bacana que quem esteve lá pôde conferir foi que existia todo o tipo de público: a molecada nova, o pessoal casado, pai com criança de colo, idosos. Resumindo, foi do caralho e com certeza entrou pra história dos festivais de rock de Palotina. Apesar da falta de experiência, a gente foi firme no objetivo de fazer algo diferente pra Palotina. Em momento algum a gente cogitou a ideia do evento dar errado. Não foi prepotência, mas a gente desde o começo botou fé na cena rock da região. Só temos a agradecer a todos que acreditaram em nós. Vale lembrar também, que desde o início do projeto, nós recebemos muito apoio de micros, médios e grandes empresários da cidade, sem esse pessoal, tudo não teria passado de uma boa ideia que talvez nem teria saido do papel


RDVO: Isso prova que não dá só pra ficar na vontade, né Lucas, tem que fazer acontecer. E qual a maior diferença que você percebeu entre a primeira e a segunda edição do Lolla?

LR: A segunda edição, na verdade, a gente foi prejudicado pelo clima, né. Como a festa sempre é em lugar aberto, até pra galera ter mais liberdade de fazer o que bem entender, com chuva fica foda fazer, quase impossível. Na segunda edição, a gente teve que adiar por duas vezes a festa, o que acabou prejudicando. Mas mesmo assim a festa rolou bem pra caramba. Na segunda edição, a gente trouxe uma gama maior de estilos musicais, como reggae, rap/hip hop e thrash metal. Colocamos, também, apresentação de dança e um palco aberto pra galera tirar uma pira. A ideia é fazer do Lolla uma festa de artes em geral, com o foco na música, mas com dança, teatro (era pra ter rolado esse ano, mas não rolou por causa dos adiamentos) e exposição de artes.


RDVO: Entendi. Envolve muito mais do que só música. Cara, que massa! Se quiserem colocar um varal de literatura no próximo Lolla, me avisem! Você tá em alguma banda agora, Lucas?

LR: Bora Lu! Vamos fazer sim, já pode de organizar. Tô sem banda! Ta foda de tempo


Nos dias em que conversou comigo, o Lucas estava com entrevistas de trabalho, então eu agradeço demais pelo tempo e por todas as informações que ele nos passou, mesmo na correria!



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