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Entrevista: Mateus Gentil (Outro Lado - Palotina)



Oi, pessoas! Muito rock’n’roll por aí?


Hoje nós vamos apresentar pra vocês a entrevista que fizemos com o vocalista da banda Outro Lado, Mateus Gentil. O Mateus já cantou na The Holligans e fez parte da Projétil Sonoro. Ele conta que começou a ouvir rock com os amigos que já conheciam algumas bandas, dentre elas Tokio Hotel e, mais tarde, Linkin Park. Segundo ele, foi quando ele se encontrou no rock e o início de tudo. Vamos dar uma olhada no que o Mateus tem pra contar pra gente?


Rock do Velho Oeste: O que foi que te chamou a atenção no Linkin Park?

Matheus Gentil: As vozes melódicas e os berros grotescos ao mesmo tempo. As guitarras pesadas e os efeitos de DJ ao mesmo tempo. Os pulos e a atitude rock’n’roll.


RDVO: E você já cantava nessa época?

MG: Não. Comecei a me imaginar como o Chester (cantor do Linkin Park), cantava na frente do espelho, imaginava a plateia, imitava os pulos.


RDVO: Você já tocava guitarra?

MG: Não, também. Eu fiz aula de flauta e clarinete, mas foi por pouco tempo, quando eu era criança.


RDVO: Você já curtia música, então.

MG: Curtia o que a minha irmã curtia. Ela ouvia música do rádio, anos 2000 e anos 90 moendo. Aí, depois de Linkin Park, da vontade que eu tinha de ter uma banda, em 2012 eu encontrei a Holligans, que na época era Storm.


RDVO: Você já era amigo dos meninos? Como vocês se conheceram?

MG: Não. Uma vez eu passei na frente da casa do Gustavo (Soares) e eu não conhecia ele. Ouvi um piá tocando bateria, daí eu disse “quando eu tiver minha banda, vou chamar esse piá pra tocar”. Passaram-se uns meses e anos e fui em um grupo de jovens daqueles que tinha ou tem na igreja. Minha colega falou que tinha uns caras lá que tinham uma banda de rock e que estavam precisando de vocal, já tinham até música autoral. Era o Marcelo (de David). Marcamos e um sábado eu apareci lá. Lembro que o Gustavo era uma criança pra mim (risos). Ele me achou maloqueiro porque eu tinha alargador e etc. Cheguei lá e cantei um Marilyn Manson, “Sweet Dreams”, e “Numb” do Linkin Park. Eu devo ter desafinado pra caramba, mas me aceitaram mesmo assim!


RDVO: A banda já estava formada? Já se chamava Holligans?

MG: Depois de umas semanas, escolhemos esse nome.


RDVO: De onde saiu “Holligans”?

MG: Estávamos na procura de um nome. Um dia, no segundo ano do Ensino Médio, na aula de sociologia, a sala fazendo trabalho e a conversa no volume máximo, perguntei pra professora: “Professora, fala uma palavra”. Ela disse: “Bagunça”. Fui procurar no dicionário a palavra “bagunça” em inglês (mess). Eu não gostei e fui fuçando e achei Hooligan (arruaceiro). E daí ficou. Não sabia o que era um Hooligan, fui saber um tempo depois. Mas daí traduzimos o sentido de Hooligans para a música.


RDVO: Eu ia perguntar se você sabia. Os torcedores britânicos são chamados assim. Fim do jogo de futebol, o pau tora.

MG: Um som que te espanca! Totalmente ligado ao rock.


RDVO: Verdade!

MG: “Quebrando paradigmas e guitarras elétricas”.


RDVO: E a definição das músicas que vocês tocavam? Como era?

MG: Falavam da vida, relação... de crítica, só tinha “A bunda”. Nunca me arrisquei tanto, por eu ser um analfabeto político


RDVO: Quem fazia as composições?

MG: Eu escrevia.


RDVO: E os covers? Como vocês decidiam qual música entrava pro set list?

MG: As que a gente curtia. Sempre pensando no público, mas primeiro pensando na gente, o que queríamos tocar.


RDVO: Como vocês acabaram tocando nas festas? Quem fez os corres?

MG: A maioria dos corres fui eu. Noventa por cento.


RDVO: Foi fácil, não foi? Faltou apoio? Sobrou?

MG: Primeiro recorremos a eventos do município. Ali, ganhamos experiência.


RDVO: Você se lembra do primeiro?

MG: Foi na Praça Rafael Pivetta (do Banco do Brasil). Uma semana depois de eu entrar na banda. Lembro de termos tocado num som ruim pra caramba (risos). Tocamos “Smells” (Like Teen Spirit) e as pessoas com aquela cara de “que porra é essa, esses berros aí”, e alguns amigos, familiares curtindo. Foi na Feira Ponta de Estoque. Dava pra ouvir de longe os berros.


RDVO: Viva a família, né, cara?

MG: Pois é (risos). Hoje em dia as pessoas que estava lá falam que foi um desastre. Mas na época, deram o maior apoio e isso foi importante.


RDVO: Amigo é pra essas coisas, né? Eu acho que os amigos são as pessoas mais importantes nessa fase de consolidação das bandas.

MG: Sim! A gente espera que eles estejam lá.


RDVO: Qual você diria que foi o ápice da Holligans?

MG: Quando começamos a tocar em festas foi quando o Gustavo saiu, a banda não saía do lugar. Ele foi tocar na After Lightening. Convidamos o Matheus Hendges, nos coçamos e ensaiamos bastante. Fui atrás e surgiu a oportunidade de tocar no Itaipava Fest. Foi quando saímos da festa municipal pra balada (risos). O nosso ápice foi no primeiro e segundo Woodstock (no Texas). O Gustavo já tinha voltado. Foi com a música “A Bunda”, a galera curtindo e etc.


RDVO: Qual é mesmo a data de início da Hooligans?

MG: 3 de março de 2012.


RDVO: Você esteve na Projétil Sonoro também, né?

MG: Sim, mas não lembro em que época.


RDVO: Você já estava na Hooligans?

MG: Sim!


Neste momento, o Mateus me manda o link da The Holligans tocando “Seven Nation Army” (ver o link abaixo) e eu comento sobre a vibe da galera na pista.

Ele comenta:

MG: Era muito massa, os Woodstock (no Texas) foram os mais legais.


RDVO: Mateus, dá pra ver que você teve ótimas experiências com a Hooligans. Você sente saudade?

MG: Sinto saudade do momento, do que representava!


RDVO: Foi um crescimento enorme, né?

MG: Sim. Pensando musicalmente, o que cresci esse ano na Sonora e na Outro Lado supera o resto!


RDVO: E como foi essa entrada na Outro Lado?

MG: Foi uma escolha decisiva! Eu e o Gu (Gustavo Soares) já estávamos no acústico com o Vini (Pelin). Já estávamos querendo ganhar a vida com música. Eu, junto dele, decidimos levar como profissão. A gente tinha proposto pra Holligans, mas não deu certo, a gente não compartilhava mais as mesmas ideias e preferiram terminar do que continuar com o autoral. O Marcelo (de David) também já tinha recebido a proposta de tocar na (Banda) Brilho. Daí entramos na Outro Lado.


RDVO: Dá pra dizer que é possível ganhar a vida com a música?

MG: Sim, é possível. Mas daí vem aquele pensamento... se você se acomoda com isso ou se quer algo maior. Entre autoral e cover, é o que estamos discutindo na banda agora.


RDVO: Vocês pensam em fazer mais músicas autorais na Outro Lado?

MG: Sim! Todos compartilham da ideia de fazer autoral. Já tem até ideia. Não nos juntamos pra fazer ainda, não sobra tempo, esse é o problema.


RDVO: E como vai ser esse som? Porradaria? Uma coisa mais calma?

MG: Porrada (risos).


RDVO: Yay! (risos) Você acha que dá pra falar em cena rock palotinense hoje em dia?

MG: A cena hoje em dia está dispersa, porque as festas underground não estão acontecendo mais. As festas são por amor, não dão dinheiro algum. Pra cena se consolidar, teria que ter festa a cada dois meses, sei lá. Pra juntar essa galera toda! Eu acho que aumentou o número de pessoas roqueiras porque elas têm oportunidade de ver um show de rock hoje em dia, tem contato. E tem uma galerinha surgindo, pessoas entrando na vida adulta.


RDVO: O que você acha que contribuiu pra essa dispersão da cena?

MG: As festas que não estão acontecendo, as festas underground! Mas a Green (Green Club, no ATC) está conseguindo segurar a cena. Principalmente da galera nova que está começando a ir nas festas.

RDVO: Essas festas underground, tipo as do Pelin (Pesque-e-Paque), fazem muita falta, né?

MG: Sim! É onde a magia acontece.


RDVO: É que na Green só tem uma, no máximo duas bandas que tocam. A segunda banda quase sempre é de fora. É legal ver bandas de fora, mas é mais legal ainda ver as bandas da casa. Concordo sobre a magia destas festas underground. Lá você não tem que se preocupar com roupa, sapato cabelo... é só ir e sentir (risos).

MG: Sim! É onde a gente simplesmente vai mostrar o som, e não trabalhar!


RDVO: Mateus, pra finalizar, o que você acha que contribuiu pra cena e o que você acha que tá faltando?

MG: Contribuiu: as bandas, as pessoas, as festas. Falta: vontade, espírito rock, festas. Se juntar todos que se dizem roqueiros em Palotina, o negócio ia ficar louco (risos).


RDVO: Mateus, valeu demais pela conversa. Obrigada pelo seu tempo!

MG: Obrigado eu! Parabéns pela iniciativa!

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